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Tratamento:

A intoxicação por Gás Mostarda não tem antídoto [1].

O tratamento é sintomático e de suporte, permitindo:

  • aliviar a dor;

  • prevenir e tratar de infeções;

  • tratar as queimaduras cutâneas;

  • suporte respiratório;

  • e apoio psicológico [1],[2],[5].

1

O tratamento de uma intoxicação por Gás Mostarda deve iniciar-se com uma DESCONTAMINAÇÃO [2], [3]. Uma descontaminação rápida e eficaz, reduz as complicações futuras, já que permite uma menor absorção deste agente [2].

  • As roupas das vítimas devem ser retiradas e descartadas [4],[5].

  • A pele deve ser lavada com muitas quantidades de água e sabão neutro ou solução de hipoclorito de sódio a 0,5% [4],[5].

  • Os olhos devem ser lavados abundantemente com água ou solução salina, durante 10 a 15 minutos [4],[5].

2

As vítimas devem ser reencaminhadas para os serviços de saúde, onde será indicado tratamento de acordo com a severidade e extensão das lesões provocadas pela exposição a este tóxico [2],[4],[5].

Lesões cutâneas
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O tratamento imediato de lesões cutâneas serve para diminuir o prurido, a irritação e prevenir infeções secundárias. Assim sendo, inclui loções suaves como a loção de calamina ou sulfadizina de prata a 1%, que é um agente bacteriostático tópico [2],[3],[4],[5].


Caso a bolha formada seja de diâmetro superior a 2 centímetros, o exsudado deve ser retirado com ajuda de uma seringa e, seguidamente, deve proceder-se ao desbridamento, lavar com solução salina e revestir com sulfadiazina de prata [2],[3],[4],[5].

​

As lesões cutâneas podem levar a perda de eletrólitos, sendo por isso fundamental a monitorização rigorosa dos níveis destes [2].

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Para lesões cutâneas crónicas, é recomendado o uso de corticosteróides tópicos, anti-histaminínicos sistémicos e cremes emolientes, como a combinação de fenol/ mentol ou aloé vera/ azeite [3],[4],[5].

Lesões oculares

O tratamento de lesões oculares agudas inclui: antibióticos tópicos, lubrificantes e corticosteróides. O uso de corticosteróides tópicos são úteis para diminuição do edema e inflamação da córnea [2],[3],[4].

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Adicionalmente, para controlo da pressão e dor intra-oculares devem ser prescritas gotas oftálmicas midriáticas, uma vez que, reduzem o espasmo do músculo ciliar [2],[3],[4],[5].

 

Em situações mais graves, pode ser necessário recorrer a intervenções cirúrgicas, tais como: tarsorrafia (sutura total ou parcial dos tarsos palpebrais), transplante de membrana amniótica, transplante de células-tronco limbais e transplante de córnea [3].

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Lesões respiratórias

Os tratamentos de suporte e sintomáticos incluem: ar ou oxigénio humidificado, alívio da tosse, broncodilatadores e fisioterapia respiratória. A fisioterapia respiratória inclui drenagem postural, percussão e vibração torácica [2],[3],[4],[5].

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Posteriormente, para controlo das complicações respiratórias, é recomendado a administrar corticosteróides por via inalatória, como a fluticasona ou beclometasona, para prevenir e tratar o edema das vias aéreas. Pode ainda ser recomendado a toma de medicamentos mucolíticos e antibióticos [2],[3],[5].

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O espessamento da secreção da mucosa respiratória pode induzir problemas e, por isso, é recomendado a manutenção da hidratação adequada e a lavagem brônquica com solução salina isotónica [3],[5].

​

O tratamento crónico de lesões respiratórias inclui a terapia imunosupressora para redução da inflamação crónica [3].

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Referências:

[1] Ghabili, K., Agutter, P. S., Ghanei, M., Ansarin, K., Panahi, Y., & Shoja, M. M.  (2011). Sulfur mustard toxicity: History, chemistry, pharmacokinetics, and pharmacodynamics, Critical Reviews in Toxicology, 41(5), 384-403

[2] Etemad, L., Moshiri, M., & Balali-Mood, M. (2019). Advances in treatment of acute sulfur mustard poisoning – a critical review. Critical Reviews in Toxicology, 49(3), 191-214

[3] Graham, J. S., & Schoneboom, B. A. (2013). Historical perspective on effects and treatment of sulfur mustard injuries. Chemico-Biological Interactions, 206(3), 512-522

[4] Rafati-Rahimzadeh, M., Rafati-Rahumzadeh. M., Kazemi, S., & Moghadamnia, A. A. (2019). Therapeutic options to treat mustard gas poisoning – Review. Capsian Journal of Internal Medicine, 10 (3), 241–264.

[5] Balali-Mood, M.,& Hefazi, M. (2005) The pharmacology, toxicology, and medical treatment of sulphur mustar poisoning. Fundamental & Clinical Pharmacology, 19, 297–315

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